Diversidade e acesso são os focos dos debates sobre
Enviado especial da Folha de S.Paulo ao RioA internet, que tem grande impacto na sociedade da informação, deve ser acessível para todo mundo. Para garantir o acesso universal --e incluir os 5 bilhões de humanos que ainda estão fora da rede-- as idéias não são modestas.
Do acesso em banda larga universal à necessidade de se contemplar a produção on-line de culturas não letradas, os participantes do segundo Fórum de Governança da Internet, que aconteceu na semana passada no Rio de Janeiro, tentaram deixar claro o que significam palavras como diversidade, abertura e acesso.
David Aprasamy, representante do maior provedor da Índia, contou sobre sua experiência em um painel sobre a diversidade, presidido pelo ministro da Cultura Gilberto Gil. Ele resumiu o tom do evento: "[O próximo bilhão de pessoas on-line] deve ter conteúdo econômico, cultural e socialmente relevante em sua própria língua."
E, como grande parte dos palestrantes, Aprasamy deixou o discurso burocrático de lado para contar histórias sobre a inclusão digital. "Em uma vila da Índia, foi colocada internet e dito aos moradores para usá-la. Eles acordavam às 4h30 e acessavam, em uma estação meteorológica, imagens de satélite em busca do melhor lugar para pescar. Já saiam para o lugar certo", contou.
Monthian Buntan, da Associação Tailandesa de Cegos, enfatizou o tamanho do problema."As pessoas falam de diversidade de formas diferentes. Mas para mim e para outras 650 milhões de pessoas com deficiência, o termo é medido pelo grau de acessibilidade."
Buntam pediu mais esforços para que a rede acomode formas de comunicação como a linguagem de sinais. Para ele, por meio de conteúdo multimídia, isso é possível.
Para Gilberto Gil, a discussão deixou claro que a adaptação da internet para portadores de deficiência passa tanto pelo design de páginas acessíveis como de equipamentos físicos.
Gil também destacou o suporte a várias mídias na rede. Para o ministro, graças à importância do áudio on-line, "pela primeira vez nos tempos modernos nós temos ferramentas técnicas para a preservação das culturas orais no mundo". Por isso, segundo Gil, a rede é um ambiente propício para a preservação de alguns idiomas ameaçados de extinção. "Eles não são escritas. São apenas orais."
Nenhum comentário:
Postar um comentário